O abandono da Amazônia pelo Estado
O que estamos presenciando na Amazônia é mais um exemplo da incompetência crônica do Estado brasileiro. Enquanto a floresta queima, as autoridades oferecem apenas paliativos, como se o problema fosse sazonal, passageiro. É a repetição do ciclo de desleixo, onde os indígenas, sem equipamentos adequados, são deixados à própria sorte para enfrentar incêndios com ferramentas rudimentares. Essa é a política ambiental brasileira: retórica vazia para a plateia internacional, mas ineficiência e descaso para os que sofrem na prática.
Bombeiros e Defesa Civil em desvantagem
No Pará, Mato Grosso, Rondônia e Amazonas, o que se vê é uma batalha desigual. Milhares de militares e brigadistas são enviados para conter dezenas de focos de incêndio simultâneos, mas com um governo que só reage, nunca antecipa. O resultado? Um desastre anunciado que todos os anos parece pegar o Estado de surpresa, como se fosse impossível prever o impacto da estiagem e das queimadas. O que mais impressiona é a passividade das autoridades em frente a uma catástrofe que segue um roteiro previsível.
A farsa da “ajuda emergencial”
No Tocantins, novos brigadistas serão contratados, e recursos emergenciais serão “repassados” para as famílias afetadas. Uma narrativa que já conhecemos: o dinheiro público vai desaparecer em algum buraco negro da burocracia, e os indígenas, agricultores e moradores vão continuar enfrentando sozinhos os efeitos devastadores do fogo e da seca. É sempre assim: muito discurso, pouca ação efetiva, e o problema persiste.
O colapso ambiental e econômico
A seca histórica que ameaça o Rio Negro em Manaus é uma evidência do colapso iminente. As adaptações temporárias nos terminais fluviais e a flexibilização das regras para navegação de cabotagem não passam de medidas desesperadas e improvisadas, tentando salvar a economia da região do colapso total. O Estado só se mexe quando a catástrofe está batendo à porta. O governo libera adaptações de última hora, mas não faz nada para prevenir o desastre que vem se construindo há décadas.
O Amazonas em chamas
O aumento de quase 300% nos focos de incêndio no Amazonas é a realidade que os ambientalistas de gabinete ignoram enquanto posam para fotos com líderes globais. O número de queimadas sobe a cada dia, e o governo reage com promessas vagas e incapazes de fazer frente à gravidade do problema. Em vez de ação concreta, o que se vê é uma enxurrada de relatórios e boletins que tentam mascarar a realidade: a floresta está morrendo, e o Estado assiste de braços cruzados.
A origem das queimadas: o elefante na sala
Falar que os incêndios são causados por ação humana já virou clichê. O que ninguém menciona é que essa “ação humana” é incentivada por um governo que cria condições favoráveis para queimar, desmatar e devastar. A pecuária no sul do Amazonas continua avançando, sem controle, e qualquer tentativa de responsabilizar os grandes interesses econômicos é abafada. Enquanto isso, a população paga com a saúde e com a qualidade de vida pelo desgoverno que reina na região.
Fumaça como símbolo de abandono
As “neblinas” de fumaça que cobriram Manaus e chegaram até o Sul do país são mais do que simples poluição atmosférica. Elas são o símbolo concreto do descaso, da falta de estratégia, da destruição deliberada da floresta, tudo em nome de uma suposta “desenvolvimento” que nunca chega. O Brasil exporta fumaça, caos e destruição ambiental, enquanto as lideranças discursam sobre sustentabilidade em fóruns internacionais.