No nosso artigo anterior, Chancay: A Nova Rota da China pelo Pacífico e o Papel do Brasil, tratamos da construção do megaporto de Chancay e suas implicações para o comércio internacional, especialmente para o Brasil. Agora, voltamos nosso foco para os impactos diretos e potenciais no Acre, estado que, estrategicamente, se posiciona como uma porta de entrada e saída para o Pacífico. Este tema, abordado previamente, ganha novas nuances conforme o Acre se prepara para se tornar um hub logístico essencial entre o Brasil e a Ásia.
Vejamos os principais pontos dessa transformação:
Uma nova rota comercial para o Acre
O Porto de Chancay, com investimento chinês, não apenas facilita o escoamento de mercadorias pelo Pacífico, mas também coloca o Acre no centro de uma nova rota de comércio. Graças à sua localização privilegiada, o estado pode reduzir em até 30 dias o tempo de trânsito de mercadorias entre o Brasil e a Ásia. Essa conexão rápida e eficaz transforma o Acre no principal elo logístico entre os dois continentes.
Desafios e oportunidades logísticas
Com a conclusão da Estrada do Pacífico e a construção da ponte sobre o Rio Madeira, o Acre agora enfrenta o desafio de adaptar sua infraestrutura para suportar o crescente fluxo comercial. O governo do estado, em consonância com a administração federal, aposta na ampliação da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) em Senador Guiomard, reforçando a estratégia de transformar o Acre em um entreposto logístico para mercadorias vindas da Ásia.
Gargalos e soluções
Embora as vantagens sejam evidentes, gargalos ainda persistem. A falta de fiscais agropecuários suficientes e de estrutura aduaneira robusta na fronteira de Assis Brasil, por exemplo, limita a fluidez do trânsito de mercadorias. Contudo, esforços estão sendo feitos para resolver essas questões, tanto no âmbito federal quanto estadual, com vistas a tornar o processo mais eficiente e atrativo para os empresários locais.
Potencial econômico agrícola
O Acre, com uma forte produção agrícola — especialmente de grãos e carnes —, tem agora a chance de expandir suas exportações para a Ásia. Com a proximidade do Pacífico, o estado se apresenta como um ponto estratégico para reduzir custos de frete e encurtar distâncias. Isso não só abre novas oportunidades de negócios, como também impulsiona a geração de empregos e renda.